quinta-feira, abril 21, 2011

VAI PASSAR O SAMBA ESQUEMA ROSE

Foto: Francisco Araujo - Maranhão do Futuro


“Num tempo/ Página infeliz da nossa história,”
Como repicados de tamborins o Governo do Maranhão, na gestão considerada a melhor da vida deles, anuncia uma parceria com a Escola de Samba Beija Flor de Nilópolis (RJ) para homenagear os 400 anos de São Luís. Talvez também para celebrar o melhor Governo da Vida Deles. Sempre há um bom tempo para esses que aí estão no poder, mas não para nós contribuintes e que sobrevivemos do esforço, do trabalho árduo diário.
Gastar 08 milhões com escola de samba do Rio de Janeiro e deixar os sistemas de saúde e educacional do Maranhão sucateados é, no mínimo, falta de bom senso e sensatez. 

“Dormia/A nossa pátria mãe tão distraída/sem perceber que era subtraída/
Em tenebrosas transações”
Toda esse Carnaval selado por uma transação que os cofres públicos do Maranhão jogará 08 (oito) milhões de reais no caixa dessa agremiação carnavalesca. Será que esse dinheiro está sobrando? Que sobra é essa?

“Seus filhos erravam cegos pelo continente,”
No Maranhão real, fora das passarelas das fantasias orgásticas, legiões de enfermos sofredores no interior das ambulâncias, em peregrinação do desespero em busca de hospitais e leitos. Sobra para os estados vizinhos, principalmente o Piauí, que acaba tendo sua rede de atendimento médico-hospitalar sobrecarregado pela gigantesca demanda oriunda do Maranhão. Os recursos do estado do Piauí estão sendo gastos com o povo do Maranhão e os recursos do Maranhão serão gastos com o carnaval carioca.
Será justo e politicamente procedente, em uma Federação, um estado-membro ser obrigado a responder por um problema de outro estado? Principalmente diante de um caso em que não ocorreu nenhuma catástrofe, nenhuma tragédia de origem climática, de guerras etc.
O Piauí, até por caridade, deve permanecer atendendo os maranhenses aflitos, mas o estado do Piauí deve ser ressarcido. É plausível o Piauí fazer uma série de questionamentos junto ao STF, tendo em vista o modelo de Estado Federativo adotada no Brasil, cuja distribuição de riqueza é pautada em territorialidade. Além disso, cada estado membro deve ter capacidade de autogestão. Onde fica a competência do estado do Maranhão para com seus cidadãos?
 
“Vai passar,/ Palmas pra ala dos barões famintos”
Enquanto isso, no cotidiano dos maranhenses, o Hospital Aldenora Bello deixa de receber míseros 230 mil, reais do Governo do Maranhão. Sendo um hospital de referência no tratamento de câncer e, ao mesmo tempo, o único que acolhe os pobres que sofrem essa doença. O secretário-mor não viu e não sente nenhuma responsabilidade do Governo para com essas pessoas. Verdadeiro barão faminto da usura.

“O estandarte do sanatório geral vai passar.”
O lado mais cruel dessa página infeliz da nossa história é que esses donos do Maranhão não são insensíveis só como “políticos”, mas também como empresários, pois mesmo possuindo várias empresas, não são capazes de uma única atitude de Responsabilidade Social. Isso não é espírito burguês, não é ethos capitalista, mas uma fome doentia por dinheiro.

“Cada paralelepípedo da velha cidade nessa noite vai se arrepiar”
Será permitido ao povo o direito de uma alegria fugaz, que chegará pela TV em HD (Hi-Definiton), com transmissão direta do sambódromo da indignidade pública. As fantasias vão alvejar muito mais no ninho desse beija-flor sanguessuga.

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